Rumo All confirma r$ 4,7 bilhões em investimentos
No encontro, realizado no Palácio Iguaçu, foram discutidas opções para eliminar gargalos logísticos no Estado, especialmente no transporte da safra da região Oeste até o porto de Paranaguá. Richa ressaltou que a intenção é manter o diálogo com o setor produtivo para garantir mais melhorias na infraestrutura, um dos pilares da política de desenvolvimento do Estado.
"Desde o início do nosso mandato nos preocupamos com investimentos na área de infraestrutura, apesar das restrições de ordem orçamentária, mas sempre com planejamento, com equipe qualificada e com diálogo com as entidades que vivem no dia a dia as necessidades do setor produtivo", disse o governador. Ele ressaltou que o Estado registra avanço nesta área, com investimentos na Copel, Sanepar e no Porto de Paranaguá, que ganhou agilidade nas operações, reduziu filas de navios e de caminhões.
"Investimos muito na infraestrutura, especialmente no Porto de Paranaguá, cuja movimentação cresceu 16% nesse ano, cinco vezes mais do que a média nacional. Mas chega um momento em que o problema é a chegada do produto até o porto e é isso que estamos discutindo hoje", completou José Richa Filho, secretário de infraestrutura e logística do Estado.
O secretário destacou a importância de integrar modais e a necessidade de melhorar a infraestrutura de trens no Estado. "Essa é uma discussão ampla, que pode envolver também o governo federal, porque o que sustenta a economia brasileira é o agronegócio, um assunto de interesse também do País" afirmou o secretário.
Durante a apresentação da empresa, o presidente da Rumo ALL, Júlio Fontana, afirmou que a companhia vem acelerando investimentos de curto e médio prazo com o objetivo de melhorar as condições da malha ferroviária da empresa no Estado, que se deteriorou nos últimos anos. "Os nossos desafios são muitos, especialmente porque encontramos a ALL em condição financeira bastante complicada e com escassez de investimentos", afirmou.
A empresa é fruto da fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo, do grupo Cosan. A união das duas empresas foi realizada em 2014 e aprovada em abril do ano passado. Julio Fontana informou que a empresa trabalha com projetos de curto e médio prazo e prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões em expansão e R$ 1,5 bilhão em manutenção da malha ferroviária, com prazo de cinco anos.
"Temos muitos desafios, como superar uma malha mal cuidada e terminais pulverizados, com locomotivas e vagões antigos e as restrições de acesso ferroviário pela Serra até Paranaguá", disse. Hoje, de acordo com Fontana, estão sendo realizadas intervenções em 256 quilômetros de malhar ferroviária no Estado, além da compra de locomotivas e vagões. A Rumo ALL gera 3,7 mil empregos diretos no Paraná. Outros 4 mil empregos são gerados indiretamente pelas obras em execução pela companhia.
Um dos objetivos é ampliar a participação da ferrovia no escoamento de grãos até Paranaguá. Das cargas de grãos exportadas pelo porto, apenas 20% (3,4 milhões de toneladas) chegaram por ferrovia em 2015. "Discutimos com as lideranças do Estado e com o governo estadual maneiras para resolver gargalos e dificuldades no escoamento da safra, como acesso a Paranaguá pela Serra do Mar e a solução do escoamento safra do Oeste do Paraná, onde hoje está concentrada a grande produção do Estado", disse Júlio Fontana.
Para o presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin de Araújo, a reunião é importante para alinhar tanto as concessionárias ferroviárias quanto o governo e o setor produtivo em prol de melhorias na área de transporte no Estado. "Temos atualmente dois grandes gargalos ferroviários. A ligação entre Guarapuava e Ponta Grossa e de Curitiba a Paranaguá. É imperativo para o Paraná retomar esses investimentos em manutenção", afirmou.
O Governo do Paraná já investiu R$ 10 milhões na malha da Ferroeste e o número de locomotivas da empresa saiu de três, em 2010, para 15 em 2016. O número de vagões, saltou de 60 em 2010 para os atuais 420.
O presidente da Cotriguaçu, Irineo da Costa Rodrigues, ressaltou a importância dos investimentos em ferrovias para fazer frente ao crescimento da produção da região Oeste do Paraná. A Cotriguaçu, que reúne cooperativas da região, transporta atualmente 800 contêineres por mês (com cargas de carne de frango e suíno, principalmente) na malha da Ferroeste. O objetivo é chegar a 2 mil contêineres por mês dentro de dois anos.
"A região Oeste do Paraná vem registrando grandes investimentos e está meio isolada porque as condições das rodovias na região são antigas, de 20 anos, 30 anos. O volume de cargas cresce, mais que dobrou, e são necessários investimentos para desenvolver ainda mais a agroindústria na região. Tenho certeza que dessa reunião surgirão grandes parcerias com as cooperativas", disse Ágide Meneguette, presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep).
Participaram da reunião a vice- governadora Cida Borguetti, o secretário estadual da Agricultura, Norberto Ortigara; o chefe de gabinete, Deonilson Roldo; o diretor presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Henrique Dividino; o presidente do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP); Nelson Luiz Gomes, o vice- presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Vasconcelos; o presidente da Federação das Transportadoras de Cargas do Paraná (Fetranspar), Sérgio Malucelli; o presidente da Federação das Associações Comerciais do Paraná (Faciap), Guido Bresolin Júnior; o presidente da Associação Comercial do Paraná, Antonio Miguel Espolador Neto, e o superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa.
Fonte: A Rede (Ponta Grossa)