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Queda do petróleo reduz custos com frete e pode aquecer exportações de açúcar

26/01/2016 As recentes e expressivas desvalorizações do petróleo podem favorecer as exportações brasileiras de açúcar, na medida em que reduzem o frete marítimo e elevam, consequentemente, a competitividade do produto nacional no mercado externo. Isso considerando-se também a distância entre o Brasil e países compradores, em relação aos demais produtores, e o volume nacional exportado. Esse cenário é mais relevante para os embarques de açúcar para a Ásia e Oriente Médio, bem como de seu principal concorrente para esses mercados, a Tailândia. Quanto ao mercado nacional, o ritmo de negócios esteve lento em praticamente toda a semana e os preços, estáveis. Levantamentos da FC Stone indicam que, no início de 2014, o custo do açúcar VHP brasileiro ao mercado chinês era de US$ 439/tonelada, 5,4% acima do açúcar tailandês. Já no final da primeira quinzena de 2016, o açúcar brasileiro chegou a ser vendido a US$ 350/tonelada, 2% inferior ao da Tailândia. De acordo com dados alfandegários, a China importou 4,85 milhões de toneladas de açúcar em 2015, sendo que, desse total, 2,507 milhões de toneladas (ou 51,7%) do adoçante saíram do Brasil, segundo dados da Secex. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), de sexta a sexta, o contrato nº 11 de açúcar demerara (Março/16) da ICE Futures caiu 3,35%, fechando a 14,42 centavos de dólar por libra-peso na sexta-feira, 22, pressionado pela alta do dólar. Já em Londres (Euronext Liffe), o contrato de açúcar refinado com vencimento em Março/16 subiu 0,3% de sexta a sexta, fechando a semana a US$ 428,50/tonelada. As fortes quedas nos preços do barril de petróleo no mercado internacional estão atreladas à maior oferta - o produto chegou a ser cotado a US$ 27,67 no dia 18 de janeiro, patamar não verificado desde 2003. No mercado spot paulista, a movimentação esteve calma no correr da última semana, com exceção da sexta-feira, 22, quando a liquidez esteve um pouco maior. O açúcar de melhor qualidade, como o Icumsa 150, seguiu com oferta limitada, devido à prioridade de usinas em cumprir contratos, restringindo as vendas no spot. Representantes de vendas das usinas só baixaram os preços quando as negociações envolviam o tipo Icumsa 180. Na sexta-feira, o Indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180, foi de R$ 84,47/saca de 50 kg, com pequena queda de 0,01% em relação à sexta-feira anterior, 15. De 18 a 22 de janeiro, as vendas de açúcar cristal no spot paulista remuneraram 7,66% a mais que as externas. Enquanto a média semanal do Indicador de Açúcar Cristal Cepea/Esalq foi de R$ 84,58/sc, as cotações do contrato nº 11 da ICE Futures, com vencimento em Março/16, equivaleriam a R$ 78,56/sc. Para esse cálculo, foram consideradas as médias semanais de US$ 46,41/t de fobização, de US$ 85,00/t de prêmio de qualidade e dólar de R$ 4,0912. O Indicador de Açúcar Cristal Esalq/BVMF referente ao produto posto no porto de Santos ou com custos equivalentes, sem impostos, cor Icumsa máxima de 150, que inclui vendas domésticas e para exportação, caiu 0,63% na semana, fechando a sexta-feira, 22, a R$ 83,07/saca 50 kg. No mercado atacadista do estado de São Paulo, o Indicador de Cristal Empacotado fechou a R$ 9,4379/saca de 5 kg na sexta-feira, alta de 0,71% sobre a sexta anterior. O açúcar refinado amorfo fechou a R$ 2,2050/saca de 1 kg, recuo de 0,67% no mesmo período. No Nordeste, os preços estão subindo com força. Representantes de usinas continuam firmes nos valores de suas ofertas e a demanda segue aquecida. A chuva intensa, em alguns estados da região Nordeste, restringiu ainda mais a oferta do produto, favorecendo a alta nos valores. Quanto aos etanóis, o Indicador semanal Cepea/Esalq do anidro combustível caiu em 0,9957% e o hidratado, 0,7417% em relação à semana anterior. Frente ao açúcar cristal, que acumulou ligeira queda de 0,01% entre as duas sextas-feiras, cálculos do Cepea mostram que o açúcar remunerou 37,17% a mais que o anidro e 43,88% a mais que o hidratado Fonte: Nova Cana