English

Presidente da Petrobras diz que gasolina deve ser corrigida "tão logo seja necessário"

07/07/2015

Aldemir Bendine avaliou que o etanol é importante para reduzir a dependência da gasolina importada

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, disse nesta segunda-feira (6/7) que "tão logo seja necessário" deve ser feito um reajuste dos preços da gasolina. Ele fez a declaração a representantes da indústria de açúcar e etanol, reunidos no Ethanol Summit, evento promovido pela indústria do setor, em São Paulo (SP). "Temos que saber o momento correto para colocar uma possível correção tão logo seja necessário para manter a rentabilidade da companhia", disse ele, que participou da cerimônia de abertura, mas não fez a palestra que estava prevista no primeiro dia dos debates do evento. "Consequentemente, os produtores de etanol poderão praticar preços adequados", avaliou. Bendine afirmou também que o etanol tem papel fundamental na redução da dependência que a empresa tem da gasolina importada. "Nossa capacidade de refino não é suficiente para atender à demanda", ressaltou. "Temos que fazer os investimentos de forma complementar. O nosso desenvolvimento depende do bom trabalho de vocês", acrescentou. O presidente da Petrobras disse também que o modelo de gestão da companhia está ficando mais transparente e que a política de preçosserá exercida de acordo com o mercado. "Estamos partindo para um modelo com mais transparência", disse, afirmando que o conselho de administração é independente e não tem membros do governo. "Nosso compromisso é com uma política de preços de acordo com os ditames do mercado", garantiu. A mudança na forma de reajuste dos preços da gasolina vem sendo uma das principais reivindicações do setor de açúcar e etanol. Para a indústria de cana-de-açúcar, a forma como o valor do combustível fóssil é definido prejudica a competitividade do biocombustível.
Momento delicado
Sem citar em nenhum momento as denúncias de corrupção que afetam a petrolífera, o presidente da Petrobras disse que assumiu o cargo em um momento delicado. Explicou que a companhia realizou investimentos quando o barril do petróleo estava cotado a US$ 120 no mercado internacional e que, neste momento, "em função de um excesso de oferta", está menos de US$ 50 o barril. O resultado, segundo ele, foi um elevado nível de endividamento, agravado pela volatilidade do câmbio. "A redução do nível de investimentos foi um caminho, mas tínhamos um nível elevado de endividamento", disse, destacando que a política da empresa neste momento envolve um plano de "desinvestimento" e de geração de caixa. "A empresa fica mais enxuta, mas mais rentável para os seus acionistas", disse, destacando que, mesmo com as dificuldades, a Petrobras prevê aportes de US$ 130 bilhões nos próximos cinco anos.