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Outubro não deixa saudade em Mato Grosso

05/11/15 - 06:40 Seis semanas se passaram, mas apenas pouco mais de um terço da área estimada para receber a safra 2015/16 de soja, em Mato Grosso, estava semeado até a virada do mês, momento decisivo para formação da temporada verão e das safrinhas de milho e algodão no Estado. Conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), outubro fechou com 38% dos mais de 9,2 milhões de hectares previstos cobertos, ou cerca de 3,5 milhões cultivados. Na média dos últimos cinco anos, como aponta, por exemplo a consultoria AgRural, nesse mesmo momento, eram 66% da superfície estadual cobertos com a oleaginosa, volume mais que suficiente para garantir o plantio no momento da safrinha de milho ou algodão. Como uma cultura sucede a outra, o atraso na primeira encurta a janela ideal de plantio da sucessora, problemas que tiram o sono dos produtores mato-grossenses: a escassez e a irregularidade das chuvas sobre a soja já germinada e o possível estreitamento do plantio para culturas de segunda época. Apesar do ritmo lento na comparação com anos anteriores, ritmo atual cadenciado por chuvas pontuais e irregulares, os analistas do Imea destacam que a semeadura da safra 2015/16 apresentou boa evolução semanal, contabilizando 18,2 pontos percentuais (p.p), na comparação com a semana anterior. "O aumento das chuvas nos últimos dias, sobretudo na maioria das regiões onde o volume ainda era insatisfatório, supriu a necessidade, pelo menos para se realizar a semeadura, e auxiliou na recuperação de algumas áreas com plantas recém-emergidas que já sofriam com alguns dias secos e indicavam a possibilidade de ressemeadura". Eles apontam ainda que caso as previsões climáticas de bons volumes de chuvas para as próximas semanas se confirmem, o ritmo da semeadura deverá ser mais intenso, "pois com 3,5 milhões de hectares concluídos até outubro, o produtor tem necessidade de semear o mais rápido possível para garantir que as culturas de segunda safra sejam semeadas dentro de um período ideal". AGRURAL - A consultoria também reporta os feitos das chuvas irregulares até outubro. Brasil terminou a última semana do mês com 31% de sua área de soja plantada, contra 42% na média de cinco anos. "A chuva, tão esperada pelos produtores, voltou a ser registrada apenas em parte do Centro-Oeste e Sudeste. A semana {passada} foi de trabalho acelerado em áreas que receberam umidade. Porém, em pontos de Goiás e Mato Grosso, apenas pancadas esparsas foram registradas, o que não é suficiente para normalizar a situação". Mato Grosso terminou o mês de outubro com 36% da área plantada, conforme acompanhamento realizado pela AgRural. Apesar do avanço semanal de 17 pontos, o Estado permanece atrás dos 66% da média. As chuvas continuam irregulares nas porções norte e leste. Em Lucas do Rio Verde, no médio-norte, só áreas com umidade recebem semente. Alguns talhões plantados no fim setembro, que não viram mais água, devem ser replantados. No oeste e sul, bons volumes foram registrados. Com pancadas de 60 mm em Campo Novo do Parecis, os produtores aproveitaram para acelerar o plantio. Após a precipitação, apenas áreas pontuais devem ser replantadas em Primavera do Leste, ao sul do Estado. Em Goiás, 21% da área foram plantados, ritmo bem abaixo dos 53% da média de cinco anos. Os produtores de Jataí aproveitaram as chuvas durante a semana para plantar. Mas, a região de Rio Verde, também no sudoeste, continua com pancadas irregulares e altas temperaturas. Por conta disso, talhões semeados no início do mês apresentaram problemas no stand (uniformidade) das plantas. Diário de Cuiabá Autor: MARIANNA PERES