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Mato Grosso não tem espaço para armazenar 18 milhões de toneladas de grãos

02/09/2015 Milho é estocado a céu aberto em MT por falta de armazéns Maior celeiro do país, o Estado de Mato Grosso, com produção prevista de 51,203 milhões de toneladas de grãos na safra 2014/15, tem capacidade para estocar apenas 32,288 mi/t. Falta espaço adequado para guardar 18,814 mi/t. de cereais, segundo cálculos divulgados nesta segunda-feira, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A carência real de unidades armazenadoras concentra-se nas regiões de fronteira agrícola", disse o presidente da Conab, Rubens Rodrigues dos Santos. Em todo o país, a estima de déficit de capacidade de armazenagem na atual safra brasileira de grãos chega a 53,729 milhões de toneladas. A última previsão é que Brasil retire do campo 208,8 milhões de t. em 2015. De acordo com o órgão, o país pode armazenar 155,139 mi/t., a maior parte em silos privados. A capacidade de armazenagem da rede pública restringe-se a 2,3 mi/t., com silos construídos pela antiga Companhia Brasileira de Armazenamento, extinta em 1990. Rubens Rodrigues esclarece, porém, que a capacidade de armazenagem não tem que ser igual à produção, porque as culturas são colhidas em meses diferentes. Em regiões com duas ou três safras no ano agrícola, e em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, há superávit de armazéns herdados do auge do ciclo do café. Outra região com carência de armazéns é a mais recente fronteira agrícola do país, formada por terras do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia,conhecida como "Matopiba". Segundo a Conab, a área é quase totalmente desprovida de infraestrutura de armazenagem e carente de condições logísticas para escoamento da produção. Em razão das dificuldades dos produtores rurais para guardar a colheita, nas áreas de maior aumento de produtividade, o governo instituiu, no Plano Safra 2012/13, uma linha de crédito específica, no valor de R$ 25 bilhões, para investimento em armazenagem. Destinado a produtores rurais, associações e cooperativas, os financiamentos serão oferecidos até a safra 2017/18. Operada pela Caixa Econômica Federal, pelo Banco do Brasil e por bancos públicos regionais, a linha de crédito do Programa de Construção de Armazéns tem juros de 7% ao ano. O tomador tem três anos de carência e mais 12 anos para pagar o financiamento.