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Governo nega risco de desabastecimento de milho

20/01/2016 Exportações devem ajudar a manter preços em níveis elevados O ministro interino da Agricultura e secretário de Política Agrícola, André Nassar, disse nesta terça-feira (19/1) a representantes da avicultura que "não há motivo para preocupação" no que se refere a abastecimento de milho. Em reunião, ele citou o estoque de passagem da safra 2014/2015 para a de 2015/2016, estimado por ele em cerca de 10 milhões de toneladas, volume que, enfatizou, é suficiente para mais de dois meses de consumo. O ministro interino não mencionou o estoque público de 1,479 milhão de toneladas, que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informa ter em seus armazéns espalhados pelo País. A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) manifestaram hoje preocupação com a alta recente dos preços do milho e a menor oferta do grão. As duas entidades defendem que a Conab coloque à venda milho de seus estoques em Mato Grosso. Durante o encontro com os produtores, Nassar observou que já começou a colheita da safra de milho verão, estimada em 27,7 milhões de toneladas, o que sinalizaria perspectiva de oferta. Ele, no entanto, não se comprometeu com o pleito dos produtores sobre a realização de leilões de venda de milho. Preços As exportações brasileiras de milho devem seguir firmes até o fim de fevereiro, estimuladas pela desvalorização do real ante o dólar, afirma a Scot Consultoria. Com isso, a cotação doméstica do grão deve continuar em alta nos próximos meses. Levantamento da Scot aponta que a saca de 60 quilos para entrega imediata em Campinas (SP) acumulou alta de 20,8% na primeira quinzena de janeiro, a R$ 41, ou 54,8% acima do que era cotado em igual período de 2015. Segundo a consultoria, na primeira semana de janeiro, o volume médio diário de milho exportado pelo Brasil foi 40,3% maior do que o embarcado em igual período do ano passado. "Para quem precisa de milho para consumo em curto e médio prazos (até março e abril), a recomendação é de compra", diz o analista Rafael Ribeiro, no relatório. Ele avalia que o mercado futuro (BM&F/Bovespa) sinaliza queda dos preços em maio (R$ 41,50/saca), mas, ainda assim, as cotações devem se manter em um patamar acima do apurado no mesmo período de 2015.