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Fim da greve dos fiscais, que está prejudicando as operações portuárias, depende de acordo com Planejamento

29/09/2015 Representantes dos fiscais federais agropecuários se reuniram, na tarde desta terça, dia 29, com o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura (Mapa), Décio Coutinho, e parlamentares da bancada ruralista na Câmara dos Deputados. Eles fizeram uma avaliação da greve e dos resultados da flexibilização das paralisações em pontos críticos, como nos portos de Rio Grande (RS), Paranaguá (PR) e Santos (SP). No entanto, não houve acordo para o retorno dos servidores às atividades. Os deputados tentam marcar uma reunião com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, esta quarta, dia 30, para tratar das principais demandas da categoria: reajuste salarial e mudança na nomenclatura da carreira. Apenas uma garantia do ministro do Planejamento de que atenderá o pleito da recomposição dos salários dos fiscais pode pôr fim à greve. As tratativas com o Mapa estão pacificadas, embora o termo de compromisso ainda não tenha sido finalizado e assinado por ambas as partes. O ministério de Kátia Abreu teria aceitado, na semana passada, atender três reivindicações da categoria, em troca de uma flexibilização na paralisação, como a realização de concursos e concessão de adicional de fronteira. Tais demandas, no entanto, só serão resolvidas com aval de Nelson Barbosa. O Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), representado na reunião pelo presidente Maurício Porto, pede aumento salarial de 10,8% em dois anos para os servidores. A única proposta do Planejamento até agora foi 21,3% até 2019, sugestão descartada duas vezes pela Assembleia Nacional da categoria. Está em pauta também a mudança da nomenclatura de fiscal para auditor. A greve já dura 12 dias, sem previsão de término. Estiveram na reunião com os representantes da Anffa e o secretário Décio Coutinho, os deputados Valdir Colatto (PMDB/SC), Marcos Montes (PSD/MG), Luis Carlos Heinze (PP/RS) e Tereza Cristina (PSB/MS). Prejuízos A greve dos fiscais federais agropecuários, que começou no dia 17 de setembro, prossegue em todo o país e amplia os prejuízos a exportadores brasileiros, em especial os de milho, que embarcam produto nesta época do ano, e algodão. Segundo o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, um grande exportador de algodão recorreu à associação após ter dificuldades para emitir o certificado fitossanitário de um carregamento já em trânsito. - Estamos enfrentando problemas homéricos, especialmente os exportadores de milho e de algodão - disse Mendes. Ele voltou a enfatizar que se a paralisação continuar, a imagem do Brasil de exportador confiável dessas commodities pode ficar comprometida. Mendes contou que, na semana passada, se reuniu com o secretário de Relações de Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Eduardo Arbulu Mendonça, para tratar da greve dos fiscais. Na ocasião, o presidente da Anec destacou a relevância das exportações brasileiras de commodities e da urgência em solucionar a questão. Segundo Mendes, o secretário disse que entraria em contato com o comando da greve para dialogar sobre o assunto.