08/10/2015
Entidade que reúne usinas do Centro-Sul comenta o fim dos investimentos da Monsanto no segmento.
A saída da multinacional Monsanto do setor de cana no Brasil não significa o fim do "trabalho de ponta" para o desenvolvimento da cultura. É o que sugere a nota divulgada pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), reconhecendo que esse tipo de investimento é de alto risco e exige maiores aportes de recursos em comparação com outros segmentos.
Nesta quarta-feira (7/10), a Monsanto comunicou o encerramento das atividades da CanaVialis, com a qual operava no segmento. De acordo com a companhia, a decisão foi tomada em função de mudanças no mercado de energia e bioenergia, que levaram a empresa a manter o foco em seus negócios principais, como sementes. Até 150 funcionários podem ser demitidos.
"O produtor e a indústria seguem contando com entidades que realizam um trabalho de ponta, como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), em Piracicaba, a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (RiDESA), que reúne 10 universidades federais, e o Instituto Agronômico (IAC), de Campinas", ressaltou a Unica, em seu comunicado.
Para a entidade que reúne as usinas do Centro-sul do Brasil, mesmo em um cenário de crise, como o que enfrenta o setor, é necessário um investimento constante. Segundo a Única, ainda há espaço para a ampliação de áreas de cultivo de cana e a aplicação de novas tecnologias.
A CanaVialis havia sido adquirida pela Monsanto em 2008, incorporando a cana-de-açúcar a um portfólio já conhecido em áreas como soja, milho e algodão. Na mesma época, a empresa comprou a Alellyx, do mesmo controlador da CanaVialis. O negócio foi avaliado em R$ 290 milhões. Por meio da CanaVialias, a Monsanto opera no mercado com quatro variedades da planta.